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Diabetes

Dieta no pré-diabetes: o que diz a nova diretriz da SBD

Escrito por Erik Trovao

Neste último mês de abril de 2023, tivemos a publicação de vários novos capítulos na diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Entre estes, foram publicadas as recomendações sobre a terapia nutricional no pré-diabetes e no diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Embora seja de conhecimento geral, tanto entre profissionais de saúde como entre os pacientes, de que a dieta é parte fundamental do tratamento, em que pilares ela deve se basear?

Quando falamos em dieta no pré-diabetes, tema que focaremos neste texto, é impossível não lembrar dos dados do DPP, o mais importante estudo sobre a prevenção do DM2. Afinal, seus dados demonstraram que, em pacientes com pré-diabetes e sobrepeso ou obesidade, a dieta baseada na restrição calórica e no baixo teor de gordura associada ao exercício físico (150 minutos/semana), houve uma redução de 58% no risco de evolução para DM2 nos 3,2 anos de seguimento.

Não à toa, a primeira recomendação da nova diretriz sobre o tratamento nutricional no pré-diabetes e no DM2 é a de que indivíduos com pré-diabetes e sobrepeso ou obesidade (o perfil de pacientes avaliados pelo DPP) sejam submetidos a uma dieta com restrição calórica associada à atividade física, com o objetivo de perder peso e, assim, reduzir o risco de DM2.

Os autores também recomendam que indivíduos com pré-diabetes aumentem o consumo de fibras (25 a 30g/dia), uma vez que esta prática parece reduzir também a evolução para DM2. Tal recomendação se baseia em alguns estudos que, embora de qualidade limitada, sugerem que indivíduos com um maior consumo diário de fibras teriam menor risco de DM2.

A terceira recomendação dos autores sobre a dieta no pré-diabetes diz respeito à necessidade de diminuir o consumo de bebidas contendo açúcares naturais ou adicionados. Os autores citam uma coorte com mais de 2 milhões de indivíduos que mostrou que a ingestão de mais de meia porção ao dia de bebidas açucaradas por 4 anos esteve associada a um risco 16% maior de desenvolver DM2. Já a substituição por água, café ou chá (sem adição de açúcar) foi associada à redução do risco.

Em resumo, juntando as três recomendações citadas acima, a dieta no paciente com pré-diabetes deve possuir as seguintes características (especialmente se o indivíduo possuir sobrepeso ou obesidade):

  1. Restrição calórica
  2. Redução de gorduras saturadas
  3. Aumento de fibras
  4. Redução de bebidas açucaradas

Sempre associada à dieta, orientar, obviamente, a atividade física, considerando os 150 minutos/semana realizados no DPP. E não esquecer que o objetivo desta associação é a perda de peso.

Por fim, os autores também reforçam que não há uma dieta única e universal para todos os pacientes com pré-diabetes, de forma que as preferências individuais e as condições financeiras devem ser levadas em conta no planejamento dietético, como forma de não apenas individualizar a terapia nutricional como também de aumentar a adesão e a manutenção da dieta a longo prazo.



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Sobre o autor

Erik Trovao

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